quinta-feira, 12 de agosto de 2010

No Café a Brasileira

Lisboa,



Pessoa e eu num bate-papo (a besta tentando imitar a posição do poeta)


Estava eu lá, diante do famoso café... resolvi me sentar ao lao de Pessoa, ele mesmo, o grande poeta. Com ele tomei um suco e manga com laranja (Compal) e falamos sobre a vida e suas chateações... essa babilônia a que ele é obrigado todos os dias. Além disso, ele sofre diariamente notáveis assédios: toda hora tem alguém querendo sentar-se a seu colo.



Colo de bronze!



Nesse famigerado Café a Brasileira, parei para perceber que, em Portugal, grande parte da população é fumante.



População fumante + espaço pequeno = pessoas com alergia


Fernando Pessoa, ilustre poeta português, no Café a Brasileira... Se você está curioso em saber o que Pessoa faz lá... contarei eu a história:




Aiaiai... e eu sonhando ao lado dele


Pelos idos de 1905, no largo do Chiado (homenagem ao poeta António Ribeiro Chiado), foi inaugurado um café chamado A Brasileira do Chiado, esse nome foi dado porque seu dono depois de passar uns tempos no Brasil voltou para Lisboa, onde vendia, nesse café, o café genuinamente brasileiro... até que com o passar dos anos recebeu o nome pelo qual é conhecido hoje em dia...




A Brasileira do Chiado (início do século XX)


O poeta António Ribeiro Chiado, estátua que fica quase em frente ao Café

A decoração do Café é bem parecida com as dos nossos antigos cafés



O que há de interessante é que neste pequeno espaço, pela década de 1920, o café era muito frquentado por um grupo de artístas dentre os quais, Pessoa era um dos maiores e assíduos frequentadores. Por isso mesmo, em homenagem a ele há hoje sua estátua em bronze.








Por sua história e peculiaridades, o Café a Brasileira se tornou ponto turístico... bom pra cidade, bom pro café, mas no tempo que passei lá, vi que muitas pessoas desconhecem quem foi Pessoa e parem lá a tirar foto por ser simplesmente por ser mais um ponto do guia da cidade...







O Café a Brasileira fica na Rua Garret, em uma das saídas do "metro" (de acordo com a pronúncia lusitana) do Baixo Chiado (relembrando isso enquanto escrevo, sinto uma vontade imensa de poder voltar lá...)... Baixo Chiado e Rossio são distritos de Lisboa que seguem a mesma linha, de certa forma lembram Santa Teresa ou Lapa com menos bares... e limpos!



Roberta, atendente do Café, é brasileira, diz que quer voltar para o Brasil e resumiu bem(?) o povo português: "São grossos..." Não concordo. Depois de um tempo, percebemos que é mais uma questão cultural... depois de convivermos um tempo com os portugueses, a tendência é entendê-los, percebendo seus hábitos. Realmente receptividade não é um de seus costumes. Mas como para toda regra há uma exceção, encontrei vários portugueses "amigos" nessa viagem, inclusive o Fernando Pessoa, que é daqui observado de longe por outro poeta, Camões.





Que saudades de Lisboa, que saudades dessa viagem! Deixo vocês com o pé direito de Pessoa.








(Em 09/08/2010)

3 comentários:

  1. Rua Garret, Camões, Fernando Pessoa... parece que há poesia em todos os lugares de Portugal. Invejo estas viagens tuas. Só não sofro mais porque também sei que já as fiz em algum lugar do futuro.
    Beijos!

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  2. Que show, Isabel!!! Qualquer dia também tiro fotos aí, hein!!!

    Bjsssssssssssssssss

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  3. Muito bom bel!!!! essa viagem fez muito bem pra vc, fico contente em saber que vc curtiu bastante e que voltou mais animada!!
    Tudo de muito bom pra vc!!! beijão!!

    REI

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